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Ecos da Dualidade - Música Erkish

Foto do escritor: Daniel BerbariDaniel Berbari


Enquanto os ramágelions entoavam seus cantos e cobriam as copas das alvoreiras com seus olhos a brilhar em contraste com o véu da noite, o Andarilho Solitário desapercebido por uma armadilha foi pego. Laçado pelos pés e pendurado ficou por um breve momento, até que escutasse o rugir de gargantas e o canto harmonioso da caça, os dois sons eram dissonantes entre eles, porém compunham um chamado a festividade, saíram então por detrás de uma grande alvoreira duas criaturas, suas feições eram uma mistura de ângulos fortes e triangulares e ossos protuberantes, sobrancelhas robustas e cabelos fartos, suas peles eram esverdeadas, escurecidas como o musgo, não possuíam presas, mas suas mandíbulas por mais um pouco as evocariam por conformidade às suas aparências, suas orelhas eram pontudas, e muito semelhante aos elfos, um deles era esguia, e com o traçado de corpo feminino e ainda sim bastante musculoso, o outro, levemente mais alto era largo e de ombros fortes, os dois caminharam até Andarilho, que pacientemente esperava pendurado de cabeça para baixo, até que um deles falou em uma língua que ele pouco entendia:


_ Este não servirá como alimento. No que então o outro respondeu: 

_ Não, realmente não servirá. Enquanto retirava uma faca de seu cinto desatou a armadilha, liberando o sujeito. 


O Andarilho que até aquele momento havia ficado calado, reconheceu parte daquela língua, que apesar de não saber falá-la disse em élfico, que se aproximava e muito com a sonoridade:

 _ Theoa realmente surpreende, mesmo após milênios a criação gera frutos inesperados nos planos Deles. E fazendo um singelo agradecimento continuou caminhando, como é de seu feitio. 


Antes mesmo da Guerra Narídia chegar ao seu ápice, os Naridienses vindos da Cordilheira Austral foram povoando as partes mais ao sul do continente de Ethelon, fugidos de sua terra natal que moribunda definhou. A origem desse desastre eles não descobriram, muitas foram as tentativas de curar a terra, e preservar a cultura nos vívidos vales da Cordilheira, porém, a decadência da terra a tornou infértil, os animais que ali habitavam refugiaram-se ao longe, a água que dali jorrava em rios e fontes claras tornou-se turva e insalubre, então, como única forma de sobrevivência decidiram desbravar outros lugares.


 Muitos foram os desafios desse povo, muitas foram as perdas de sua gente, de todas as idades e todas as formas, essa história é contada brevemente no Luk’r Illumen a Canção das Dores. Nele, em estrofes rimadas, conta-se o pesar dessa gente que estabeleceu-se com muita luta no extremo sul da Grande Floresta, e estabeleceram sua morada na cidade reino de Korlutja. 

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